Por: Alberto Cordeiro

Pergunta que muitos corredores fazem é porque se deve fazer treino de força (Musculação, funcional, ou demais treinos resistidos)

De antemão devemos contextualizar que o treino de força (musculação) é o treino mais eficaz contra a perda de massa muscular. Ou seja, só por este motivo o treino de força já deveria ser recomendado a todos e não somente aos corredores.

Mas e aí, a musculação ajuda na performance do corredor?

A resposta é SIM !

O que a musculação melhora na corrida?

Treinos de força influenciam diretamente nos fatores neuromusculares, otimizando o recrutamento das unidades motoras do músculo, a frequência de disparo da contração, a rigidez do tendão e a coordenação intra e intermuscular. Em paralelo o aumento da performance na corrida se concretiza através da economia do movimento, que é a energia consumida para correr em uma determinada velocidade.

A economia da corrida é um forte preditor de performance, principalmente em grupos de corredores com características semelhantes. Entre atletas com VO2max e limiares próximos, é possível prever os resultados a partir da economia de corrida com boa margem de precisão. Os corredores africanos, são reconhecidamente mais econômicos.

Qual tipo de treino realizar na musculação?

O que há de evidências na literatura são treinos que priorizam o desenvolvimento de força máxima e/ou força explosiva/reativa (potência).

Força máxima é o treino de baixo volume e com alta carga, realizado com resistência, isto é, com peso — em máquina ou peso livre. O treino de força explosiva ou reativa é o que combina força e velocidade com objetivo de aumentar a potência muscular e capacidade de reação, capacidades exigidas para um contato rápido do pé com o solo. Treinos de pliometria (saltos), são os mais comuns nessa categoria.

Qual o tipo de treino não realizar na musculação?

Se o objetivo do corredor é melhorar seu desempenho na corrida ele não deve não deve realizar programas de treino de voltados para hipertrofia, que é o aumento do tamanho da fibra muscular. Não existe evidência que o aumento do calibre da fibra muscular possa melhorar a performance do corredor, além do que este tipo de treino pode fazer com que o corredor ganhe peso-corporal.

Em resumo vale frisar que estas são recomendações genéricas e que para a elaboração de um programa de treinamento deve-se levar em conta as individualidades do atleta e ser prescrito por um profissional de educação física capacitado.

Referências:
Berryman, N., Mujika, I, & Bosquet, L. (2019). Concurrent training for sports performance: the 2 sides of the medal. International journal of sports physiology and performance.

Blagrove, R. C., Howatson, G., & Hayes, P. R. (2018). Effects of strength training on the physiological determinants of middle-and long-distance running performance: a systematic review. Sports Medicine.

Balsalobre-Fernández, C., l Santos-Concejero, J., & Grivas, G. V. (2016). Effects of strength training on running economy in highly trained runners: a systematic review with meta-analysis of controlled trials. Journal of strength and conditioning research.

Baar, K. (2014). Using molecular biology to maximize concurrent training. Sports Medicine.

Beattie, K., Kenny, I. C., Lyons, M., & Carson, B. P. (2014). The effect of strength training on performance in endurance athletes. Sports Medicine.

Ronnestad, B. R., & Mujika, I. (2014). Optimizing strength training for running and cycling endurance performance: A review. Scandinavian journal of medicine & science in sports.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *